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A história da Laranja no Brasil

Data: 31/03/2023

A história da Laranja no Brasil

Origem da laranja
A laranja (Citrus sinensis) não é uma fruta selvagem. Sua origem remonta a milênios, e a fruta doce como conhecemos hoje (e que responde por 70% das qualidades produzidas) foi produzida como um híbrido, a partir da mistura do pomelo (Citrus maxima) e da tangerina (Citrus reticulata).

Evidências paleontológicas demonstram que todas as frutas cítricas são originárias da região que engloba o sudoeste do Himalaia, leste da Índia, norte de Myanmar e oeste da China. Fósseis, que datam entre 11 milhões e 6 milhões de anos atrás, sugerem que existia na região um fruto que deu origem a diferentes espécies de cítricos.

A primeira evidência histórica do uso da fruta apareceu no ano 314 d.C. na China, quando se escreveu sobre sua qualidade azeda. No século 8º, os mouros conquistaram grande parte do mundo conhecido até então e ampliaram o Império Árabe da fronteira da China até a Península Ibérica — passando pela Índia, pelo norte e centro da África e por partes da Europa. Nesse contexto, a laranja azeda já era conhecida, mas não como alimento, e suas propriedades eram usadas por muitos herbalistas como remédio.

Origem do nome da laranja
A palavra Laranja vem de Nara’ga, do Sânscrito. Seu significado é o conjunto do sufixo onze, que era o número de divisões internas que as qualidades de fruta daquela época costumavam ter, com o prefixo nurga, que significa fragrância.

A palavra foi adotada pelos persas (narang) e pelos árabes (naranj) e a partir daí influenciou as palavras orenge, em francês antigo, e arancio (que descrevia pé de laranja em italiano). O primeiro registro da palavra orange no inglês é do século 17.

Antes de a língua inglesa adotar o termo laranja para se referir também à cor da fruta, a palavra utilizada era amarelo-avermelhado ou açafrão. Portanto, a fruta veio antes da cor, e a palavra só começou a ser usada para se referir à cor no século 16.

No século 15, a laranja já era bem estabelecida pela Europa e havia rotas de comércio por todo o mundo conhecido. Em 1471, a primeira diferenciação escrita entre a laranja azeda e a doce foi registrada em um manuscrito para o Papa Sisto IV. Em 1493, Cristovão Colombo levou sementes da fruta para a América, quando ocorreram as primeiras plantações no Haiti; algum tempo depois, colonizadores espanhóis levaram a fruta para a Flórida, onde o clima tropical favoreceu o desenvolvimento da planta.

Também no fim do século 15, os portugueses conquistaram rotas marítimas que contornavam o continente africano pelo sul e chegavam à Índia e de lá trouxeram uma nova variedade de laranja considerada muito superior em sabor. Logo que os portugueses chegaram ao Brasil, já introduziram o cultivo do fruto.

O plantio de laranja no Brasil começou na Bahia, região mais populosa no princípio da colonização, mas em pouco tempo foi levado para a região de São Paulo, que demonstrava grande potencial para o cultivo. Devido às condições climáticas e ecológicas do Brasil, a laranja brasileira atingiu excelente padrão de qualidade.

Durante o início do século 20, a exportação da laranja começou a ganhar destaque com grande potencial econômico. Em 1930, vários estados, como Rio de Janeiro, Paraná, Minas Gerais e Rio Grande do Sul, começaram a plantar o fruto. Em 1980, o Brasil se tornou o maior produtor de laranja do mundo, desbancando os Estados Unidos. O posto é detido até hoje: o País produz 61% de todo o suco de laranja consumido no mundo.

Indústria da laranja
Citricultura no mundo
Atualmente, a laranja é a fruta mais produzida do mundo e seu mercado movimenta cerca de US$ 7,5 trilhões anualmente. Estima-se que sejam produzidas 75 milhões de toneladas de laranja no mundo por ano, distribuídas em 4,5 bilhões de hectares.

O Brasil é o maior produtor mundial do fruto, responsável pela produção média de 16,7 milhões de toneladas (a maioria usada na produção de suco para exportação), seguido pela China, com pouco mais de 9 milhões de toneladas; Índia, com 8,3 milhões; e EUA, com 4,8 milhões. Os dados são de 2018 da Food and Agriculture Organization of the United Nations (FAO).

Citricultura no Brasil
No Brasil, a atual área estimada plantada com citricultura (que envolve laranja, limão e tangerina) é de 2,9 milhões de hectares. Na safra 2020/2021, devem ser produzidas nessa área quase 17 milhões de toneladas de laranja. Em 2019, o valor bruto da produção foi de R$ 14,8 bilhões.

A principal região produtora do País é o cinturão citrícola de São Paulo e sudoeste de Minas Gerais. A região é composta de 349 municípios que são responsáveis por 80% da produção nacional e geram aproximadamente 200 mil empregos diretos e indiretos. Segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho, a produção de laranja é a área do agronegócio que mais gera empregos — cerca de uma vaga a cada 9 hectares plantados, ao contrário de grandes monoculturas, como a de cana-de-açúcar, que gera um emprego a cada 80 hectares.

A demanda interna da laranja in natura no Brasil é de cerca de 40 milhões de caixas de 40,8 quilos. A maior parte da produção brasileira se torna suco para a exportação, já que o País é o maior produtor de suco de laranja do mundo, produzindo 61% da bebida consumida em todo o planeta. Apesar disso, a exportação brasileira da fruta in natura corresponde a menos de 2% do mercado mundial.

A maior parte do suco (81%) é exportada para Canadá, Estados Unidos e China. O Brasil alimenta 95% dos mercados de suco, nos 40 principais países compradores. Apesar do grande volume de exportação, o consumo interno de suco de laranja é baixo; em 2010, apenas 6% da produção eram consumidos no Brasil, segundo a Associação Nacional das Indústrias Exportadoras de Sucos Cítricos (CitrusBR).

Tipos de laranja mais comuns no Brasil
Existem vários tipos de laranja que diferem tanto em sua forma (tamanho, casca, volume de suco, presença ou não de sementes) quanto em gosto (maior ou menor acidez e cristalização da popa). No Brasil, os tipos mais plantados são:

Laranja-pera
A laranja mais produzida e mais consumida do Brasil. Por seu tamanho e rendimento e por ter poucas sementes, é usada no consumo in natura e para produção de suco fresco. As árvores que produzem laranja-pera dão várias colheitas ao ano.

Laranja Valência:
É um dos tipos de laranja com maturação tardia e apresenta copa arredondada, coloração alaranjada e alto teor de suco. Laranja-natal: uma das mais cultivadas no País, oferece suco doce e de amarelo vivo, que pode, em determinadas condições, se tornar avermelhado.

Laranja Hamlin:
Esse tipo de laranja faz parte do grupo chamado de precoce, o que significa que ela está pronta para ser colhida em menos tempo que as outras. Seu suco é de menor qualidade, mas o tempo de maturação faz que ela seja muito cultivada para a produção de suco (que é vendido congelado) e para abastecer o mercado entre safras.

Laranja-baía:
Também conhecida como laranja-umbigo, é bastante usada na culinária por não ter sementes e é uma das mais comuns no Brasil como laranja de mesa (para consumo in natura).

Laranja-lima:
A laranja-lima também é usada como laranja de mesa. Por ter teor ácido bem menor do que os outros tipos de laranja doce, é utilizada na introdução alimentar de crianças.

Laranja-da-terra:
A laranja-da-terra tem um volume menor e lembra um pequeno poncã. De sabor bastante ácido, é muito usada para a confecção de geleias e compotas e para fins medicinais.

Desafios do setor
O Brasil, como maior produtor de laranjas do mundo, depara-se com o dilema de como conseguir se manter nesse posto enquanto vê muitos países avançando tecnologicamente. Para especialistas, a resposta não está apenas em uma busca pela tecnologia, mas em pensar metodologias que melhorem a produtividade por área. Para isso, é preciso investir na profissionalização e na capacitação de produtores e de seus funcionários.

Muitos agricultores ainda seguem métodos mais tradicionais que não levam em consideração mudanças climáticas ou o avanço do conhecimento sobre defensivos agrícolas, nutrição de plantas e do solo e até sobre administração e competitividade das propriedades.

Um dos exemplos de mudanças que podem ser implementadas é a irrigação. Segundo dados do Fundo de Defesa da Citricultura (Fundecitrus), em 2017 apenas 24% das áreas plantadas em São Paulo eram irrigadas. Com as mudanças climáticas aumentando as temperaturas e prolongando períodos de secas, essa prática deveria ser muito mais abrangente.

A questão tecnológica, apesar de estar mais distante por razões econômicas, também não pode ser descartada. Novidades como drones que fazem mapeamento e fotos que podem controlar e analisar as pragas e a qualidade de frutos são ferramentas bastante úteis que por enquanto estão apenas nas mãos dos produtores mais ricos, que podem investir em mais recursos.

Ainda se discute no mundo da robótica as máquinas que poderão desempenhar várias funções, como colheita, avaliação de fertilidade, identificação de pragas, pulverização e aplicação de insumos. Essas novidades ainda distantes, quando introduzidas no País, podem revolucionar a produtividade, lançando o Brasil em um novo patamar — como aconteceu nos anos 1980.

Fonte: https://summitagro.estadao.com.br/historia-da-laranja/ 

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